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quinta-feira, 8 de março de 2007

A falsa direita

Dr. Rafael Vitola Brodbeck*

O maniqueísmo é tão fundamental no pensamento da esquerda que, agora que por seus valores (igualitarismos dos mais variados matizes: cotas, feminismo, militância gay, ecologismo radical) somos comandados, seja pelo governo, seja por parte de uma decadente elite urbana arvorada em "moderna", pintam os socialistas um quadro dos mais simplórios, tão típico de suas utopias. De um lado, estariam os progressistas e suas bandeiras vermelhas, suas lutas por reforma agrária, pelos índios, pelas mulheres, pelos homossexuais, seus fóruns sociais mundiais e seu estranho conceito de democracia. Na outra frente, conforme o delírio politicamente correto dos proto-comunistas, residiriam os liberais e conservadores, os fascistas, os que a todos odeiam, os representantes da burguesia e da aristocracia.

Simplificação da realidade, que, de fato, a nega, em clássica manobra ideológica, tal situação é inexistente. Sem embargo da preguiça mental do homem contemporâneo, e sua notória incapacidade para o raciocínio mais profundo e complexo, não se lhe poderia escapar uma constatação evidente: liberalismo e totalitarismo (fascista ou socialista) são da mesma matriz filosófica. A ampla liberdade defendida pelos liberais dos séculos XVIII e XIX deitava suas bases no conceito da verdade relativa. Negando o absoluto, a verdade objetiva, poucos passos foram necessários para que o liberalismo se transformasse em comunismo ou em nazismo. "O totalitarismo nasce da negação da verdade em sentido objetivo: se não existe uma verdade transcendente (...), então não há qualquer princípio seguro que garanta relações justas entre os homens. Com efeito, o seu interesse de classe, de grupo, de Nação, contrapõe-nos inevitavelmente uns aos outros." (Papa João Paulo II. Encíclica Centesimus Annus, 24)

Paul Hazard, em duas obras já clássicas, expõe lucidamente a filiação natural do nazi-fascismo e do socialo-comunismo ao liberalismo iluminista, de inspiração francesa e triunfante em 1789 (o iluminismo inglês e a Revolução Americana são de outro sabor). Daí, não se pode opor fascismo e comunismo, como se os não-esquerdistas fossem seguidores de Hitler, Mussolini ou Plínio Salgado. Tampouco é justo dar ao liberalismo laicista, que continua a fazer estragos à França de Chirac, o epíteto de direita conservadora.

Ensina o célebre e douto dominicano, Fr. Garrigou-Lagrange, OP, falecido sacerdote fidelíssimo ao Papa e seu Magustério, e tido por muitos o maior teólogo do século XX: "é preciso não confundir a verdadeira direita com as falsas direitas, que defendem uma ordem falsa e não a verdadeira. Mas a direita verdadeira, a que defende a ordem fundada sobre a justiça, parece ser um reflexo do que a Escritura chama a direita de Deus, quando que Cristo está sentado à direita do seu Pai e que os eleitos estarão à direita do Altíssimo." (O Legionário - jornal da Arquidiocese de São Paulo, 11 de setembro de 1938)

Por seu ódio à Civilização Cristã e às sadias tradições, o nazismo - irmão-gêmeo do comunismo, inclusive no nome (nacional-socialismo) - e o liberalismo radical não merecem outro apelido que o de falsa encarnação da direita autêntica. É ela que, por fraqueza ou conivência, não ataca devidamente a esquerda, como temos visto em muitos partidos brasileiros, e a torna cada vez mais forte. Só com a verdadeira direita venceremos o comunismo e teremos o esplendor da legítima democracia "neste país".


Advogado*

4 comentários:

Anônimo disse...

Rejeita-se Polícia

Três policiais mortos hoje! Dois estavam num carro, na frente de um posto, e 4 bandidos alvejaram todo o veículo. Outro foi interceptar um carro suspeito e levou bala.
Nossos sociólogos, psicólogos e turminha, precisam entender que não se conversa com bandido. Conversar é algo que se faz de vez em quando com amigos, com família, com colegas do trabalho. Bandido trata-se no cabresto! Ao contrário do que querem impor, bandido deve ser tratado “mal”: trabalhar o dia inteiro, sem folgas, sem salário, sem nada. Eles não têm direito a nada! Que o Brasil instaure a pena de morte e, se justo, proíba de estar em nosso meio assassinos, estupradores, pedófilos, que somente souberam desgraçar a vida de outros. Que não se considere a possibilidade de reabilitação para eles, pois suas vítimas não terão outra chance também; além disso, seria arriscar demais deixar impune estupradores só porque alguns psicólogos acreditam que eles se converteram. E quem acredita na reabilitação, que leve um reabilitado pra sua própria casa.
Enfim, enquanto toda a sociedade continuar contra a polícia (atitude fortalecida pela mídia), que os nossos defensores entrem nas favelas atirando em qualquer um, como dizem ser, preservando assim a própria vida, visto que o Estado os abandonou.

Anônimo disse...

SÓ NÃO ENTENDI PQ VOCÊ COLOCOU PLINIO SALGADO E O INTEGRALISMO NESTA SALADA TODA.INTEGRALISMO NÃO É FASCISMO.INTEGRALISMO É DEMOCRATICO, E NÃO TOTALITÁRIO. INTEGRALISMO É CRISTÃO. ESTUDE MAIS O INTEGRALISMO.

Anônimo disse...

Carta vez enquanto discutíamos na banca de revistas, você me disse que o socialismo era antinatural. Pois bem, o conceito de naturalidade pode ser aplicado ás questões políticas? Talves sim. Talves eu concorde com o que você disse Tarcísio...

É natural do homem o desejo pela liberdade, é natural do homem, abrir novos horizontes e modificar seus conceitos e o de liberdade não foge a esta regra. O conceito de liberdade muda, isso é fato. Na Idade Média, liberdade poderia ser resumido no direito pela terra. Depois o conceito de liberdade poderia ser definido no direito á livre concorrência. O capitalismo foi aquilo de mais avançado que o Homem já conseguiu construir. Mas para ser construído, precisou antes, que homens mais esclarecidos que a média de seu tempo vislumbrassem-no. Depois estes homens perceberam que uma nova sociedade não pode ser construída por poucos. Muitos revezes foram necessários para construir a nova ordem do capital. Muitos revezes serão necessários para construir o socialismo. Assim como o capitalismo foi a superação dos limites sociais do feudalismo, o socialismo é a superação dos limites histórico-filosóficos de nosso tempo. Já vislumbramos, agora precisamos colocá-lo em prática.

Anônimo disse...

Onde lê-se "Carta", leia-se: Certa.