América Latina: o Pontífice Francisco, marxistas “bons” e caos mental
Destaque Internacional
Em nova entrevista concedida a jornalistas italianos, o pontífice Francisco acaba de declarar que conhece “muitos marxistas bons”, apesar de que considera que o marxismo está “equivocado” (La Stampa, Itália, 14 de dezembro de 2013).
A América Latina foi assolada por revoluções marxistas que provocaram torrentes de miséria, injustiça e sangue, e vários atuais governantes estão impregnados em maior ou menor grau com essa ideologia. Nesse sentido, a declaração papal sobre os “marxistas bons” deixou muitos latino-americanos na maior inquietação.
Com efeito, como é possível que de uma árvore “equivocada” possam nascer frutos “bons”?
Segundo a parábola do Evangelho (São Mateus, 7,18), tudo indica que é algo impossível.
Então, fica uma dúvida sobre quem seriam esses “marxistas bons” que o pontífice alega conhecer. Lamentavelmente, ele não menciona casos concretos que serviriam para tratar de entender o alcance de sua ousada afirmação.
O presidente do Uruguai, José Mujica, quase foi “beatificado” em vida por Francisco, que o qualificou como um “sábio” depois de haver-lhe concedido uma longa entrevista, e a revista The Economistacaba de escolhê-lo como o homem do ano porque liberou o consumo da maconha, o aborto e o “casamento” homossexual. Seria Mujica um desses “marxistas bons”?
Seguindo essa linha de raciocínio, junto aos marxistas “bons” e aos marxistas “equivocados”, haveriam alguns marxistas “maus”? E que tipo de marxistas, segundo essa escala, seriam os tiranos Castro, Evo Morales, os guerrilheiros colombianos das FARC, Rafael Correa, Maduro e outros governantes continentais de esquerda que poderiam ser citados aqui?
Na realidade, sobre o comunismo, o julgamento da doutrina da Igreja Católica sempre foi muito além do mero “equívoco”. Basta mencionar o Papa Pio XI, que em sua encíclica “Divini Redemptoris” qualificou o marxismo como “satânico” e “intrinsecamente perverso”.
O ex-vice-presidente norte-americano Al Gore acaba de afirmar que nunca antes na história da humanidade se produziram ao mesmo tempo tantas revoluções como neste momento histórico (entrevista exclusiva ao jornal “Valor Econômico, Brasil, 20 de dezembro de 2013).
Com todo o respeito, nesse sentido, as declarações do pontífice Francisco sobre os supostos marxistas “bons”, no momento em que vários países latino-americanos estão governados por líderes de extração marxista, tendem objetivamente a desalentar as sãs reações doutrinais dos que resistem à corrente esquerdizante. Ao mesmo tempo, acentuam o caos mental e disseminam entre os católicos uma nova revolução, a “revolução da confusão”.
Aviso importante: estes apontamentos de Destaque Internacional são breves comentários interativos e esquemáticos, de caráter oficioso, que não necessariamente representam a opinião de todos os membros de seu conselho de redação.
Os comentários destinam-se a chamar a atenção sobre temas “politicamente incorretos” e que costumam ficar à margem, apesar de que são vitais para a sociedade. Nossa finalidade é a de estimular debates e remover anestesias.
São bem-vindas sugestões, opiniões e críticas, além de solicitações de remoção da lista, através do e-mail destaque2016@gmail.com.
Apontamentos de Destaque Internacional (texto interativo, pode-se difundir livremente). Sábado 21 de dezembro de 2013. Responsável: Javier González. E-mail: destaque2016@gmail.com. Apontamentos e editoriais anteriores no web site:www.cubdest.org
Tradução: Graça Salgueiro